Dicas para evitar o consumismo infantil

Quantos pais e mães conversam com seus filhos sobre a influência da propaganda em nossos hábitos de consumo? Não deixe que seu filho sofra de um problema cada vez mais recorrente: o consumismo infantil.

Nesse artigo apresento algumas dicas simples ou técnicas que utilizo para fazer com que o Felipe, meu filho de 9 anos, aumente sua consciência quanto ao consumo.

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Veja também o infográfico que fizemos especialmente para explicar um pouco mais sobre o método dos 4 potinhos.

Modismos

As nossas crianças (e nós também) são bombardeadas por propagandas cada vez mais bem elaboradas. As empresas se especializaram em criar em nós uma vontade de comprar aquilo que não precisamos.

Faça alguns exercícios simples:

  1. Converse com seu filho ou filha sobre a diferença entre desejo e necessidade. Lembrando que as empresas de marketing são especialistas em nos fazer ter DESEJO de comprar seus produtos. Enquanto que na verdade deveríamos consumir apenas aquilo que temos uma real NECESSIDADE.
  2. Mostre ao seu filho como eram as roupas, os brinquedos, os carros há 30 anos. Fale para ele quais eram os produtos tops daquela época. Provavelmente ele dará muitas gargalhadas. Fale que vai acontecer o mesmo com as coisas que são o suprassumo da moda atualmente.
  3. Utilize o tempo como seu aliado. Quando ele tiver vontade de comprar algo ou lhe pedir para comprar algo, faça o seguinte:
  • Anote em um pedaço de papel: o que ele quer, a data atual e o motivo para qual ele quer comprar tal coisa. Geralmente o motivo é: “todo mundo tem”.
  • Se ele tem alguma graninha guardada, fale para comprar com seu próprio dinheiro. Geralmente a vontade “passa”. Veja nosso artigo sobre como juntar dinheiro para alcançar uma meta.
  • Vá levando em ‘banho-maria’ e deixe a vontade esfriar. Um belo dia virá o próximo modismo e o próximo brinquedo que ‘todo mundo tem’. Nesse dia pegue a anotação do passo anterior e mostre a ele que, por exemplo, em 2 meses aquilo que era primordial já não tem mais graça. Faça as contas e mostre para ele em quanto tempo veio uma nova onda de modismo.
  • Por fim, converse sobre a questão da moda, do consumo, que as empresas fazem as propagandas para que tenhamos sempre mais vontade de comprar produtos que não precisamos.

Por exemplo, no final do ano passado meu filho estava ‘de olho’ em um tênis com rodinha.Tive essa conversa com ele. Falei sobre outras coisas que vieram e sumiram rapidamente. Mas se ele quisesse poderia comprar com o dinheiro que tinha juntado (advinha… ele não quis).

Não encerrei a conversa, prometi que voltaríamos a conversar novamente.

Um pouco mais de dois meses, quando voltamos a conversar ele já estava em outra. E comentou que as outras crianças já não estavam ligando mais para a antiga ‘novidade’.

Recentemente tivemos a ‘febre’ do hand spinner. Foi uma verdadeira onda, mas após alguns meses, os famosos hand spinners estão jogados em uma caixa qualquer dentro de casa.

Daqui a pouco teremos outras febres, sempre um pouco antes das datas especiais, tais como dia das crianças, Natal …

Itens colecionáveis

Se pararmos durante uma hora assistindo a um canal infantil (na TV fechada) quantas propagandas serão divulgadas?

Dessas propagandas quantas são de produtos para crianças?

Quantos desses produtos são itens colecionáveis?

Esse pra mim é outro grande problema. Além de nos bombardear com propagandas, se você parar e reparar, a grande maioria das propagandas para crianças é de itens colecionáveis.

Ou seja, as empresas querem ‘agarrar’ nosso bolso por um longo período.

Durante um bom tempo eu era contra as propagandas de brinquedos em canais infantis. Hoje ainda sou, mas por outro motivo (isso fica para outro artigo).

Porém, eu entendi que não será fazendo um tipo de censura que irei educar meus filhos. A minha melhor atitude é realmente conseguir ensinar e dar autonomia para ele, o quanto antes, para que ele tenha suas próprias decisões maduras. Ao invés de dizer não, é melhor ajudá-lo a entender como realmente as coisas funcionam.

Isso é o que podemos deixar de melhor aos nossos filhos. É uma educação que irá reverberar além da infância.

Vou mostrar um exercício que pode aumentar a consciência de nossas crianças em relação ao consumo de produtos colecionáveis.

  • Faça a conta e mostre para ele quanto sairá para comprar vários itens ou até a coleção toda. É claro que você deverá utilizar técnicas e estratégias de acordo com a idade da criança. Mas, ele vai entender. Mais rápido do que você imagina!

É claro que não terá problema se ele estiver colecionando algo utilizando a graninha da Carteira de Diversão. Conforme o método dos 4 potinhos a carteira da diversão é para a criança gastar com o que quiser.

Venda Casada

Outra coisa muito comum é a venda casada. Por exemplo, um sanduíche + um brinquedo. Raríssimas vezes eu compro esse tipo de combo para os meus filhos.

Tá com fome? Vamos comer. Quer comprar um brinquedo? Vamos conversar e ver se é o momento para comprar. “Cada um no seu quadrado.”

Venda Casada + Coleção

E para “melhorar”, geralmente as empresa fazem uma venda casada de itens colecionáveis. Ou seja, sanduíche mais brinquedos de uma coleção.

O pior é que alguns pais utilizam o brinquedo para ‘convencer’ seus filhos a comer. Na verdade os pais que utilizam essa estratégia estarão caindo em uma armadilha.

Pode ter certeza que da próxima vez terá que comprar o combo (sanduíche + brinquedo). E que vai chegar o dia que isso não será o suficiente para “convencer” a criança que ela deve comer. Ou seja, se prepare para comprar um novo ‘agrado’ para que seu pequeno coma algo.

A melhor saída sempre é a conversa, a partir de uma determinada idade as crianças entenderão.

Mostre quanto custa o sanduíche em separado (item principal do combo) . Faça uma pesquisa (junto com a criança) do que poderia ser comprado (ou melhor, poupado) com o dinheiro restante. E, também ensine sobre a questão da Coleção (no tópico anterior falamos sobre esse tema).

Consumo consciente

Você tem que ser firme. Constante. Não adianta um dia ser rigoroso e em outro dia liberar geral. Também é importante que o casal esteja bem alinhado. As crianças detectam rapidamente quem é o ‘mão aberta’ da relação. Ou seja, “vou pedir ao papai porque ele vai comprar pra mim”.

E, claro, o exemplo faz parte da didática. Não existe aquela coisa do ‘faça ou que eu digo mas não faça o que eu faço.” Esquece!

Você faz um discurso para os filhos, mas tá como armário cheio de roupas que nunca usou? Você tem uma coleção de relógios guardados? E ainda quer ensinar ao seu filho que não deve colecionar? Faz sentido? Pense nisso!

Em um mundo cada vez mais competitivo em que as opções de escolhas parecem cada vez mais intermináveis, esse tipo de ensinamento irá ajudar as nossas crianças a:

  • Diminuir a ansiedade, pois não precisará ficar competindo com o colega para ter o brinquedo mais novo, mais caro, mais badalado ….
  • Tomar decisões futuras, tais como: beber porque “todo mundo” bebe; fumar porque os “amigos” fumam; fazer tatuagem porque “todo mundo” tem; deixar a barba crescer porque está na “moda”.

Para finalizar, com essas técnicas e exercícios pretendo que meus filhos tenham criticidade, autonomia e tomem decisões conscientes e maduras ao longo de suas vidas.

Compartilhe comigo suas experiências com seus filhos.

01 grande abraço,

Fabiano

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Imagens: créditos Freepick.

2 Comentários


  1. Excelentes dicas! Me levou a pensar como esses ensinamentos refletirão no futuro, para evitar os modismos e o “mas todo mundo tem”…

    Responder

    1. Oi Juliana, nossa ideia é justamente esta: De que as crianças cresçam com uma mentalidade não focada no consumismo, mas sim aprendendo a lidar com o dinheiro para serem também seletivas em suas aquisições. Abraços e muito obrigado pelo comentário!

      Responder

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