Dinheiro, Débito ou Crédito? Quando parar de dar mesada em dinheiro e depositar direto na conta bancária de seu filho?

Olá meus amigos! Dinheiro, Débito ou Crédito? O que você utiliza para dar a mesada de seu filho. Vamos aprofundar um pouco sobre esse tema.Neste artigo vou falar sobre:

  • Minha experiência de dar a mesada direto no banco para meu filho mais velho em vez de dar em dinheiro vivo. Permitindo assim que ele movimente a sua conta bancária  através de um cartão de débito;
  • Porque recomendo que você NÃO dê um cartão de crédito para seu filho;
  • Em que momento você pode fazer a transição do dinheiro em papel para a conta bancária;
  • Dicas para os adultos usarem o cartão de crédito com inteligência.

A pergunta que não quer calar

Muitos pais me perguntam: “Rodrigo, você fala para usar dinheiro vivo, mas na era do digital as cédulas em papel não estão com os dias contados? Não seria melhor depositar a mesada direto no banco e dar um cartão para meu filho? Isso ainda me pouparia tempo de ter que arrumar dinheiro trocado e ficar contando com ele.”

E a resposta como sempre é …. DEPENDE!! Não existe receita de bolo para criar os filhos, cada um tem suas preferências e as crianças são diferentes. Também temos que levar em conta a idade e maturidade deles.

Por que usar dinheiro vivo?

Eu defendo o uso do dinheiro em papel por ser muito mais intuitivo e didático para ensinar. Principalmente quando a criança ainda está sendo alfabetizada, antes dos 10 anos. A criança está vendo, tocando, ouvindo, contando, sentindo. Enfim, todos os sentidos estão sendo estimulados e a experiência é vivida mais intensamente. É a mesma ideia dos jogos de tabuleiro x jogos eletrônicos que já abordamos aqui em diversos artigos.

Outro aspecto que é muito importante é o seguinte: “A DOR DA PERDA”. Quando você compra algo e paga em dinheiro, você sente mais a sensação de estar “perdendo” algo, portanto dá mais valor (escassez). Quando você paga no cartão a dor é menor (em alguns casos nem há dor), pois você não vê a escassez, dá aquela noção de “dinheiro infinito”. E consequentemente você gasta mais quando paga no cartão do que quando paga em dinheiro. 

Com o dinheiro em mãos fica mais fácil de negociar um desconto também. Assim você já vai ensinando a ele a arte de negociação, que será muito importante na vida dele. 

Mas é claro que não vamos ficar para sempre usando somente dinheiro em papel.

Quando dar a mesada direto no banco e usar um cartão de débito para criança?

dinheiro debito ou creditoEm relação ao cartão de débito para criança, eu sugiro que você abra uma conta em banco para seu filho que forneça um cartão de débito para ele. Isso, é claro, a partir de uma certa idade.

Se você não sabe como abrir gratuitamente uma conta em banco para seu filho, veja nosso artigo que fala sobre isso.

Como sempre falo, não existe uma idade certa e sim alguns pré-requisitos. Minha sugestão é a seguinte:

  • Prática de pelo menos 2 ou 3 anos com dinheiro vivo, já tendo dominado todas as etapas do nosso método (receber mesada, dividir entre os potes, contabilizar os saldos de cada pote, fazer pagamentos, contar dinheiro, depositar no banco, etc.);
  • Criança plenamente alfabetizada;
  • Criança com boas noções de matemática (sabe fazer contas de cabeça);
  • Facilidade para manusear tecnologias (isso não é muito difícil hoje em dia).

Se seu filho já atende tais requisitos, siga em frente! 

Cuidado para não pular etapas!

Estava conversando outro dia com um pai que disse que já dava a mesada para os filhos no banco há algum tempo. Segundo ele era “muito mais prático, porque não preciso ficar me preocupando com troco”. Foi quando eu perguntei: “mais prático para quem? Para você ou para a criança?”. 

Cuidado para não pular etapas. Se a criança não estiver com o método “no sangue” vai pular etapas e isso pode comprometer todo o aprendizado dela. A gente aprende primeiro a andar para depois correr, não tem como ser diferente. Então primeiro ensinar seu filho a “andar” (dinheiro vivo) para depois ele “correr” (banco e cartão).

Pense no que é melhor para a criança, mesmo que te dê um pouco mais de trabalho no início. 

Cartão de crédito para crianças? Nem pensar!

Vou ser bem direto: Recomendo que você NÃO dê um cartão de crédito para seu filho!

E não sou só eu quem estou dizendo isso. Existe um famoso estudo do renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology) comprovando isso, que as pessoas gastam DUAS vezes mais no cartão de crédito do que no dinheiro. Clique aqui para ver o estudo.

É como aquela criança que quando ouve o pai dizer que está sem dinheiro e fala “não tem problema pai, é só você usar o cartão”.

Não acho que uma criança tenha maturidade para lidar com um cartão de crédito. E não acho nem um pouco necessário neste momento. Deixe isso para quando ele estiver no início da vida adulta e ganhando o próprio dinheiro.

Explique para seu filho a diferença entre uma compra em dinheiro, débito ou crédito. É fundamental ele entender isso desde já. Ele precisa entender o fluxo do dinheiro e o sistema bancário. Entender que um dinheiro que você deposita no caixa do banco vai para a sua conta e quando você faz um pagamento ele é transferido da sua conta para a conta da pessoa de quem você está comprando.

Meu filho mais velho já sabe muito bem a diferença. Nas palavras dele, “o cartão de débito tira o dinheiro na hora da sua conta e passa para a loja no outro dia, o cartão de crédito você paga a fatura alguns dias depois e a loja demora alguns dias para receber”. Missão cumprida!

Minha experiência com meus 2 filhos

Enquanto escrevo este artigo meu filho mais velho está com 10 anos e o mais novo com 5 anos. Os dois já têm conta aberta em banco há alguns anos e automaticamente receberam do banco um cartão de débito logo que a conta foi aberta. 

Em um primeiro momento deixei o cartão guardado e usamos somente o dinheiro em papel para fazer pagamentos. A conta era usada somente para os investimentos do pote da “Galinha dos Ovos de Ouro”, que seria a aposentadoria deles (liberdade financeira).

Depois de um tempo o mais velho já preenchia os pré-requisitos acima. Então eu apresentei o cartão de débito para ele. A partir daí, começou a receber a mesada no banco. Tomamos o cuidado de deixar na conta corrente apenas o dinheiro da “Carteira da Diversão”, para ele não gastar mais do que tinha disponível.

O dinheiro da “Galinha dos Ovos de Ouro” é transferido logo que ele recebe a mesada para a conta dele na corretora, na qual invisto o patrimônio dele.

O dinheiro da “Caixinha de Natal / Sonhos” é aplicado em um fundo CDB / DI conservador de alta liquidez no próprio banco dele, somente para retirar o dinheiro da conta corrente, dessa forma consultamos o saldo da aplicação e sabemos quanto tem disponível.

Por fim, o dinheiro da “doação” continuei dando em dinheiro vivo, para facilitar quando queremos ajudar algum morador de rua.

Se você está um pouco perdido nesta questão dos potes, sugiro que leia o nosso livro gratuito “Como dar mesada para seu filho”.

[Ebook] Como dar mesada educativa para o seu filho!

Lá tem tudo explicadinho.

Internet Banking

O próximo passo foi explicar para ele como funciona o Internet Banking. Eu fiz todo o processo com ele, transferindo o dinheiro da minha conta para a conta dele, dividindo nos “potes”, para ele aprender a consultar saldo, extrato, fazer transferências e investimentos, tudo via App no celular. Como ele já estava bem acostumado com o método foi bastante fácil. Depois foi a vez de ele fazer sozinho no meu celular (sob meus olhares é claro).

Depois fomos para a rua. Fazer uma compra e pagar usando o cartão de débito (ele gravou a senha), sacar dinheiro no caixa eletrônico, entrar no App e consultar o saldo. 

Sobre a senha, o acesso à conta dele é feito pelo meu celular, mas ele sabe a senha do cartão de débito. Expliquei que esta senha é pessoal e nunca deve ser falada para outras pessoas.

Outro dia ele foi passear com um amigo e os pais. Ele aproveitou para levar o cartão de débito. Consultamos o saldo antes e ele sabia exatamente quando ele poderia gastar no passeio. Deu tudo certo!

Enfim, posso dizer que a experiência foi muito proveitosa! Meu filho conheceu um pouco mais como funciona o sistema bancário e como funciona na prática um cartão de débito. Hoje ele está muito mais preparado para lidar com as finanças quando for um adulto. E com certeza agora é mais prático para mim também!

Quanto ao meu filho mais novo, atualmente com 5 anos, por enquanto usamos somente o dinheiro em papel. Futuramente, quando ele atender os pré-requisitos acima, vou repetir o processo com ele. Ou quem sabe até colocar o irmão mais velho para ensinar.  Cada um no seu tempo!

E o cartão de crédito para os adultos?

Veja bem, até agora estávamos falando das crianças. Para ficar claro, não estou defendendo que os adultos devam cancelar os cartões de crédito e pagar somente à vista. Os cartões de crédito têm suas vantagens: milhas, cashback, compras pela internet, etc. Se você tiver um bom nível de controle financeiro você pode usar o cartão de crédito sem problemas.

Mas pelo amor de Deus! Nada de pagar juros de cartões. Fuja disso! E se você ainda não tem nenhum controle financeiro, é melhor pagar à vista até você se organizar melhor financeiramente e conseguir trabalhar com um orçamento mensal.

O que eu faço nas minhas finanças pessoais é o seguinte: tenho meu orçamento mensal e sei exatamente quanto posso gastar. Não gasto mais do que eu ganho. Não tenho dívidas de consumo, sempre junto o dinheiro antes de comprar algo, mesmo que eu tenha que esperar um pouco mais. Não faço compras parceladas no cartão. Quando vou pagar algo SEMPRE negocio um desconto à vista. Como eu digo para minha esposa: “não há milhas que valham mais que um bom desconto para pagamento à vista”. No longo prazo o ganho com o desconto é muito maior do que aquilo que você pode comprar com as milhas.

Taxa de Juros despencando

Enquanto escrevo este artigo a taxa de juros Selic no Brasil está em 6%, com tendência de queda, não só no Brasil como em todo o mundo. Alguns países já estão praticando inclusive juros negativos, ou seja, você perde dinheiro ao deixar ele no banco!

O que isso significa? Que as aplicações conservadoras de renda fixa não vão render muita coisa. Então se você puder juntar o dinheiro e negociar um bom desconto à vista vai ganhar muito no longo prazo.

Entretanto, se a loja não der desconto para pagamento à vista, eu posso decidir pagar no cartão de crédito para ganhar as milhas. Neste caso o que eu faço é retirar o dinheiro da minha conta corrente e deixo ele “parado” em um fundo DI do banco. Eu gosto de olhar o saldo da minha conta corrente e saber que aquele é o dinheiro que tenho disponível. Isso facilita muito o controle. Quando chega a fatura do cartão é só resgatar o dinheiro do fundo DI e pagar a fatura.

Ou seja, eu controle meus gastos no cartão de crédito como se fosse um cartão de débito, com o dinheiro saindo da minha conta corrente na hora, e ainda aproveito todos os benefícios que os cartões de crédito oferecem. Funciona muito bem para mim!

O que você acha: dinheiro, débito ou crédito???

E você, o que me diz? Qual a sua opinião? Como você faz com seus filhos? Eles já têm conta em banco? Usam o cartão de débito? Você dá mesada no dinheiro, débito ou crédito? Alguma dica no uso do cartão de crédito para os adultos?

Deixei seu comentário abaixo para conversarmos a respeito.

Um grande abraço!

Rodrigo Tomasi

Informe seu e-mail e clique no botão para efetuar o download do e-book Como dar mesada para o seu filho.

[Ebook] Como dar mesada educativa para o seu filho!

2 Comentários


    1. Obrigado Adriano! Praticidade é o nosso lema, rsrsrs. Abraços!

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